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“Podemos ter uma produção sustentável e levar benefício social e econômico para nossas populações”, disse o deputado Angelus Figueira (DC), durante pronunciamento nesta quarta-feira (26), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). O parlamentar se referiu ao trabalho do engenheiro agrônomo Alysson Paolinelli, 84, indicado ao Prêmio Nobel da Paz 2021, por sua dedicação ao desenvolvimento da agricultura tropical sustentável. Figueira acredita que o Amazonas tem que seguir esse exemplo.
“Quando ministro da agricultura, ele modernizou o setor e tirou o Brasil da condição de importador para exportador de alimentos. Paolinelli propõe a produção organizada, do ponto de vista sustentável no bioma tropical (amazônico, africano). É o projeto com que sempre sonhamos para o nosso Estado; e, com certeza, a implantação, a intensificação de um plano desta ordem vai trazer benefícios econômicos e sociais, principalmente ambientais para o bioma tropical”, acredita o parlamentar.
Na opinião de Figueira, o trabalho do engenheiro agrônomo tem sido um diferencial no Brasil.
“Ele tem sido a mudança. Nós, que tivemos no cerrado uma área improdutiva ao longo de alguns séculos, hoje temos uma área que produz muito. Nós sonhamos e acreditamos que na Amazônia, com cacau, café, borracha, castanha, pau-rosa, com tantos produtos, podemos ter uma produção sustentável e levar benefício social e econômico para nossas populações”, avaliou.
Mas, para que isso ocorra, Angelus Figueira segue “batendo na tecla” de que é preciso destravar questões ambientais e fundiárias.
“O governo tem feito um grande esforço: e agora essa Casa Legislativa precisa destravar a questão ambiental e fundiária. Com o trabalho que a Embrapa vem fazendo, com o projeto de Paolinelli, nós vamos, com certeza, ver um Brasil diferente e ver um bioma tropical mundial ter uma evolução social e econômica que possa se justificar, do ponto de vista do repeito com as populações destes biomas”, disse o deputado, agradecendo pelo apoio que tem recebido dos colegas deputados e deputadas para que o Estado vença as situações que travam o desenvolvimento do setor primário, como o pouco financiamento por parte dos bancos públicos.
“É preciso investir, até porque o homem da Amazônia é sábio, ele preserva e sabe os caminhos para o desenvolvimento”, concluiu Figueira.
Sobre Alysson Paolinelli
Paolinelli nasceu em 1936, no município Bambuí, Minas Gerais. Tornou-se agrônomo em 1959 pela antiga Escola Superior de Agronomia de Lavras (Esal), agora Universidade Federal.
Foi ministro da agricultura do governo Ernesto Geisel (1974/1979). Nesse período, Paulinelli modernizou a Embrapa e promoveu a ocupação econômica do Cerrado. Coube ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), naquele momento, selecionar e qualificar um grupo de engenheiros agrônomos responsáveis pelo que ficou conhecido como revolução da agricultura brasileira. A tropicalização da soja é o melhor exemplo.
Alysson Paulinelli sempre foi incentivador da pesquisa, ciência e tecnologia. Implantou um programa de bolsa de estudos para estudantes brasileiros em diversos centros de pesquisa em agricultura pelo mundo, como por exemplo nos Estados Unidos.
Atualmente é presidente da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho) e foi indicado ao prêmio Nobel da Paz pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, conta com o apoio de dezenas de universidades e institutos de pesquisa do Brasil.
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