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Em fiscalização no Francisca Mendes, Wilker Barreto cobra recursos do Governo

Por Dayson Valente

28.fev.2024 12:00h
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Foto: Davide Silva

O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) na terça-feira (27/2), para repercutir a fiscalização da Comissão de Saúde e Previdência da Casa Legislativa (CSP-Aleam) realizada na Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes (FHCFM), na última segunda-feira, 26. Diante da tribuna, o membro titular do órgão temático revelou as problemáticas constatadas na unidade como a fila de 432 pacientes aguardando por cateterismo e outros 32 usuários esperando pelo procedimento de marca-passo, falta de medicamentos e insumos, e com profissionais terceirizados em atraso.

 

Em seu pronunciamento, Wilker detalhou os principais gargalos encontrados na unidade, considerada referência em Cardiologia no Amazonas, como a lista de 432 pacientes aguardando pelo procedimento de cateterismo, sendo que 54 deles estão representando em leitos em outras unidades do Estado (30 no Delphina Aziz, 13 no 28 de Agosto, quatro no João Lúcio, seis no HPS Platão Araújo e um na Fundação Cecon.

 

Segundo a direção, o hospital conta com apenas uma máquina, o que impossibilita maior fluidez na lista de espera.

 

“Temos 432 pessoas na fila do cateterismo, são vidas, famílias, pessoas que estão angustiadas. Essas folhas aqui representam vidas, se coração não representar perigo de vida, eu não sei mais o que é.  Mas, o problema não está no hospital e sim o fato de não estarem enviando recursos. Não consigo ver saúde sem remédio e material”, ponderou Barreto.

 

Outro problema se refere à marca-passo, uma das maiores dificuldades do hospital, onde há uma lista de 32 pacientes classificados como urgência e emergência aguardando o procedimento, mas está sem material.

 

De acordo com a gestão da Fundação, foram feitas diversas solicitações à Central de Medicamentos do Amazonas (Cema), porém, a unidade está desabastecida e não consegue suprir o hospital, colocando a vida de pacientes em risco.

 

“É uma lista que considero desesperadora, mais de 30 pessoas na UTI esperando o marca-passo. Tem pedidos desde novembro do ano passado, pode ser o melhor hospital do mundo, mas quem merece ficar numa cama de hospital por meses? O diretor da Cema esteve no Tribunal de Contas e disse que precisa de R$ 30 milhões por mês, R$ 360 milhões por ano e estão mandando só R$ 8 milhões. Para onde vai o dinheiro do Estado?”, questionou Wilker.

 

Falta de recursos

 

Ainda em tribuna, Wilker reforçou que o Estado tem repassado mensalmente em torno de R$ 2,5 milhões ao Hospital do Coração Francisca Mendes, mas que segundo a direção, o valor equivale à metade do que é necessário para deixar o hospital funcionando integralmente.

 

“Perguntei da gestão de quanto ela precisa para rodar, por mês, e a resposta foi R$ 5 milhões. Sabem quanto estão recebendo? R$ 2,5 milhões. Estão mandando metade do que o hospital precisa. Quando te mandam a metade disso, o Governo já inicia 2024 assumindo o risco de matar, estou demonstrando claramente que a má gestão está matando no nosso Estado”, frisou o parlamentar.

 

“Já estou solicitando a presença da Sefaz e da Secretaria de Saúde, pois vou lutar mês a mês para que esse recurso chegue aos hospitais. Se o dinheiro não chegar no Francisca Mendes e nos outros hospitais, vai morrer gente como morreu em 2023”, finalizou.

 

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