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Deputada Alessandra Campelo critica déficit de creches em Manaus: ‘uma vergonha’

Por Emanuel Mendes Siqueira

12.set.2024 16:02h
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Foto: Danilo Mello

A deputada estadual Alessandra Campelo (Podemos) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para repercutir o noticiário nacional que aponta o déficit de creches em Manaus. O tema foi abordado na sessão desta quinta-feira (12/9).

Conforme a parlamentar, que preside a Procuradoria Especial da Mulher da Aleam, a reportagem da Globonews informa que 84% das crianças de 0 a 3 anos não estão matriculadas em creches na capital do Amazonas. Segundo o levantamento, Manaus é a capital com o terceiro menor percentual de crianças em creches: 16%, bem abaixo da média das capitais, que é de 38%.

Outra estatística coloca Manaus em posição ruim no quesito creche. O Ranking de Eficiência dos Municípios, elaborado pelo jornal Folha de S. Paulo, revela que mais de 90% dos pequenos de 0 a 3 anos não encontram vagas em unidades públicas municipais na capital do Amazonas.

“Isso não prejudica só a criança. A creche é um direito da criança, mas é um direito também da mãe. Essas mães ficam impossibilitadas de terminar seus estudos ou de trabalhar e muitas vezes sofrem violência doméstica, vivem numa situação econômica difícil por terem tido que parar de estudar e trabalhar, porque homem não larga estudo ou faculdade para cuidar de filho, homem não larga emprego para cuidar de filho”, disse Alessandra.

Campelo questionou, ainda, a propaganda oficial na qual a prefeitura afirma ter dobrado o número de vagas em creches em Manaus, de 5.104 para 10.200 vagas.

“A propaganda da prefeitura é uma grande mentira. Manaus criou, em quatro anos, 1.950 vagas. Para quem disse que ia abrir 10 mil vagas e para quem fala que dobrou a quantidade de vagas, estão aqui os números”, explicou a deputada.

A parlamentar acredita que a falta de creches também causa outro problema, que é o enfraquecimento da autonomia feminina e o aumento da violência contra a mulher.

“As mulheres em Manaus não têm acesso a creches e isso impacta muito na violência contra a mulher, porque essa mulher deixa de estudar, deixa de trabalhar, ela tem que largar tudo para cuidar dos filhos e é obrigação sim da administração municipal ter vagas em creches para as crianças que precisam porque é um direito da criança e isso também faz parte do direito da mulher, já que a falta de creche faz com que ela não possa trabalhar”, concluiu Campelo.

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