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Direito à educação, inclusão social e respeito. Essas foram as principais reivindicações defendidas pela Associação dos Surdos de Manaus (Aman) durante Cessão de Tempo nesta terça-feira (11), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). A iniciativa, proposta pelo deputado estadual Wilker Barreto (Podemos), teve o intuito de dar espaço aos pedidos da comunidade surda, que clama pelo início das obras da escola adaptada Augusto Carneiro e a garantia de acessibilidade, bem como reconhecimento da sociedade.
Um dos principais apelos da associação é pela construção da Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos, no Centro de Manaus, desativada desde 2016 e que atualmente funciona num anexo na Escola Estadual Diofanto Vieira Monteiro, na Manaus Moderna, com capacidade reduzida. Em 2019, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) apresentou um projeto para construir a primeira escola bilíngue de Libras da região Norte, mas as obras nunca iniciaram. No local proposto pelo Executivo, ainda impera um matagal.
De acordo com o professor de Libras, Raimundo Macedo, a comunidade surda já espera por uma escola própria desde 1982, quando surgiu a escola Augusto Carneiro em locais improvisados.
“Nas escolas, os cadeirantes têm os seus lugares, recebem cadeira própria, os cegos recebem seus equipamentos, os indígenas recebem todo o apoio e os surdos? A gente luta por essa escola própria há 39 anos. Vêm decretos, e nada sai do lugar, queremos que essa escola vire realidade”, disse o professor.
Falta de intérpretes
Outra dificuldade encontrada pela comunidade surda é a ausência de intérpretes em espaços públicos como hospitais e escolas. Para o vice-presidente da Asman, Caio Felipe, é preciso que seja garantida a presença dos tradutores nesses locais, para facilitar a comunicação dos surdos e garantir a qualidade de vida do segmento.
“Nós somos uma associação que há muito tempo luta de forma constante pelos nossos direitos e uma delas é a comunicação com intérpretes. É muito difícil um surdo ir ao médico e ter que escrever que ele sente um problema no fígado, por exemplo. Como que esse médico vai atender se não tem um intérprete ali dentro. Precisamos disso em todos os lugares para garantir o nosso direito de se comunicar”, disse o vice-presidente da Asman, que possui cerca de 2 mil surdos associados na entidade.
Após a cerimônia, em alusão ao Dia Nacional da Libras, comemorado no dia 24 de abril, a Aleam entregou uma placa em homenagem ao presidente da Asman, Alexandre Santos de Almeida, pelos serviços prestados em prol da inclusão social da comunidade de surdos em Manaus.
Reunião com a Seduc
Ao fim da Cessão, o deputado Wilker propôs uma reunião com o secretário estadual de Educação, Luis Fabian, e representantes da Asman para discutir temas como a aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 251/2019, referente à implantação da educação bilíngue no Amazonas; e o início da construção da escola Augusto Carneiro para, se possível, este ano. A sugestão foi apoiada pelo deputado Saullo Viana (PTB), um dos aliados da base governista na Aleam.
“Podemos fazer um indicativo pedindo que o governo tenha sensibilidade de colocar intérpretes em delegacia e hospitais de referência para ajudar milhares de pessoas que têm dificuldade de se comunicar. São cidadãos que têm o mesmo direito que qualquer um de nós”, relatou Wilker.
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