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A Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) reuniu, nesta segunda-feira (9), no miniplenário Beth Azize, com entidades ligadas ao setor produtivo e ambiental, para levantar informações; debater e articular ações objetivando contribuir com a implementação do projeto de manejo sustentável e da cadeia agroextrativista do babaçu no Amazonas, especialmente nos municípios de Barreirinha (a 331 quilômetros de Manaus) e Boa Vista do Ramos (a 271), no Baixo Amazonas.
O deputado Sinésio Campos (PT), presidente da Comissão de Geodiversidade, falou sobre as ações da Comissão realizadas até o momento em prol da implantação da cadeia produtiva de babaçu, há pelo menos dois anos, tendo ele, apresentado o Projeto de Lei nº 655/2023, que institui a Política Estadual para o Manejo Sustentável e Plantio da Palmeira do Babaçu.
“Apesar do seu principal produto extrativo ser a amêndoa contida em seu fruto, do babaçu tudo se aproveita. Acredito que meu papel como deputado é encurtar a distância entre os produtores e os órgãos ambientais para que a gente possa ser reconhecidos como produtores de babaçu, assim como o Maranhão e, com isso, trazer o desenvolvimento para os produtores”, afirmou.
O representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Robson Oliveira, falou do que está sendo feito em relação à cadeia de babaçu. “Entendemos da importância da criação de cadeias produtivas”, explicou. Ele citou ainda que, por meio, de um levantamento técnico foi detectada a presença do babaçu no Amazonas e existem exemplares na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, em Novo Aripuanã (distante a 225 quilômetros de Manaus) e em outras RDS. “Vamos buscar o espécime para que possamos nos engajar na implantação desta cadeia produtiva”, afirmou.
Representando a Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Jardel Luzeiro, sugeriu uma parceria com a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) para a inclusão do babaçu na merenda escolar da rede pública estadual. “A Seduc pode, juntamente com a sua equipe, definir quais os itens que poderão compor o cardápio da merenda escolar e o mesacarpo do babaçu pode ser incluído como matéria prima para mingau, por exemplo. Para isso, os locais onde existe o babaçu bem como as comunidades têm que ser identificadas para saber qual a frequência da produção, se semanal, quinzenal ou mensal. Se as pessoas que cozinham nas escolas são capacitadas para usar o babaçu para este fim”, sugeriu.
A coordenadora de cursos técnicos do eixo recursos naturais do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), Raquel Aguiar, concordou e colocou o Cetam à disposição para capacitação dos copeiros no uso do babaçu na culinária. “Podemos incluir no nosso projeto interno, com a ajuda dos engenheiros florestais, a capacitação dos copeiros para o manejo do babaçu, para as populações que beneficiam do extrativismo do babaçu”, afirmou.
Alternativa
O uso do óleo do babaçu foi apontado pela representante da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Simone de Oliveira, como alternativa para além do ramo alimentício. Ela citou que em 2011, o pesquisador Luiz Antônio de Oliveira do INPA fez um levantamento na área de Barreirinha, onde havia três milhões de árvores da espécie e cada com 200 quilos de babaçu. “O que nos direciona para além da cadeira alimentar, para produção, inclusive, de biocombustível e para a substituição de petróleo. Podemos pensar no óleo para o ramo de combustíveis e também para expansão das comunidades que podem usufruir do babaçu para seu desenvolvimento”, apontou.
O estudo da aquisição dos derivados do babaçu provenientes de Barreirinha e Boa Vista do Ramos; capacitação dos produtores dos municípios, além de uma visita técnica nos locais previstos para implantação do projeto de manejo sustentável foram os encaminhamentos da reunião.
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