O deputado estadual Ângelus Figueira (DC) subiu o tom da voz em defesa do Amazonas, nesta terça-feira (11), durante discurso na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Ao destacar o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que reconhece a liderança do Brasil na agricultura, o parlamentar apontou o pouco investimento no setor, por parte de bancos públicos, como BASA e Caixa Econômica Federal (CEF), no maior Estado da Amazônia. Ele também lamentou que a grande mídia não tenha divulgado os números da organização.
De acordo com Figueira, no quadro de mudanças climáticas do secretariado da Convenção-Quadro da ONU, constatou-se que o agronegócio brasileiro e da Amazônia é necessário para o tabuleiro dos impactos das mudanças climáticas e da competência que vem sendo instalada.
“Só para se ter uma ideia, o relatório aponta que a produção no Brasil cresceu 386%, nos últimos oito anos e teve aumento de 83% na área agrícola utilizada. É uma demonstração inequívoca de competência do produtor brasileiro. Porém, os sistemas integrados extremamente importantes para a Amazônia, não são levados em consideração”, reclamou o deputado.
Sobre a importância do relatório da ONU para conhecimento da população, Angelus lamentou que a grande mídia do Brasil não tenha divulgado o documento, notícia que ele só teve acesso por meio da revista internacional Forbes.
“Tem sido estampado na imprensa, sucessivamente, o Amazonas, a Amazônia como infratora que comete crimes ambientais. Tivemos há pouco, um escândalo de proporção mundial: uma apreensão de madeira como nunca antes havia sido feita. Logo em seguida, foi constatado que não era bem assim. A própria justiça federal mandou que fosse devolvida a madeira. E na peça, mais de 90% de madeira regular. Como um ‘desmatamento recorde’ no Estado que tem 96% de cobertura vegetal? Estado nenhum no mundo tem essa cobertura”, justificou Figueira.
“Alguma coisa estranha acontece contra o Amazonas”
Na opinião de Angelus Figueira, há uma campanha contra o setor primário do Amazonas. Ele apontou que, embora os bancos de iniciativa pública como Caixa Econômica e Banco da Amazônia (Basa) tenham investido no setor primário do Brasil, os subsídios para o Amazonas são insignificantes diante de todo potencial do setor, evidenciado principalmente, neste período de pandemia.
“Alguma coisa estranha acontece contra o Amazonas. A constatação é de que a Caixa Econômica, nestes últimos oito anos, investiu mais de R$ 40 bilhões no setor primário nacional, mas no Amazonas esse investimento foi menos de 0,01%, o equivalente a R$ 4,3 milhões. Nós precisamos explicar e mostrar para o mundo que este Estado é viável. Que o homem que está fixado no interior, representa 46% da nossa população, tem mantido a floresta em pé e precisa de apoio. Nós precisamos destravar a questão ambiental e a questão fundiária, com responsabilidade. Precisamos de recursos e reverter esse quadro”, disse Figueira que teve discurso reforçado pelos deputados estaduais Tony Medeiros (PSD) e Fausto Júnior (MDB).
Inteligência da Embrapa
A liderança da agricultura brasileira no mundo deve-se a vários fatores, evidenciou o deputado estadual Angelus Figueira. Segundo o relatório da ONU, o país possui uma das mais avançadas e modernas tecnologias agrícolas utilizadas desde as pequenas às grandes empresas do agronegócio brasileiro.
“Podemos destacar que a maior parte é fruto das pesquisas dos vários núcleos de inteligência da Embrapa, que aparece dentre as maiores empresas mundiais de pesquisas agropecuárias. Isso nos enche de orgulho. Por meio do sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), que a empresa trabalha desde a década de 80, a agricultura de precisão e a tecnologia baseada em ciência já levaram o Brasil a ser um dos maiores exportadores globais de commodities, conforme diz o relatório da ONU”, contou Figueira.
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