O deputado Dermilson Chagas (Podemos) disse, na manhã desta quarta-feira (5), no Plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que apresentará uma proposta para apreciação da Casa para que sejam destinados cerca de R$ 90 milhões para assistir a população que está em situação de risco social devido à pandemia e à enchente.
“Eu quero chamar todos os colegas deputados para que a gente faça uma emenda coletiva. Não vamos dar R$ 45 milhões, como sugere esse novo projeto do Governo de Cartão Auxílio Estadual. Ao invés disso, vamos destinar 90 milhões, porque há recursos suficientes em caixa, a arrecadação está em alta e esse dinheiro é do povo, é para movimentar a economia, porque o nosso povo está desempregado e precisa ser assistido”, argumentou Dermilson Chagas.
O parlamentar criticou o governador Wilson Lima (PSC) por criar um programa que, mais uma vez, não vai contemplar a maioria da população que está realmente necessitada e que está passando fome.
“Eu gostaria que o governador Wilson Lima tirasse da empresa Eneva, que ele não negociasse o ICMS do transporte do gás, que ele não desse isenção de ICMS por decreto e sem passar pela aprovação desta Casa porque nós teríamos muitos mais recursos para poder trabalhar. Estamos falando de um Governo que não tem controle dos gastos, estamos falando de políticas públicas que o governo pode realizar e auxiliar o povo e, infelizmente, não faz”, desabafou o deputado.
Socorro ao cidadão do interior
O parlamentar disse que a maioria dos cidadãos amazonenses precisa de auxílio para enfrentar esse período de pandemia, mas destacou que o povo interior é o que mais tem necessidade de ajuda, especialmente neste momento, quando a cheia está afetando a produção do setor primário.
“Vou apresentar uma emenda à Mensagem do Governo e espero que não ela não seja tornada sem efeito na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), e arquivada, para nós podermos fazer uma emenda para dar dinheiro ao povo. Esse desejo já foi colocado tempos atrás, com o dinheiro do Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Estado do Amazonas (FTI), de um bilhão de reais, e eu espero que os colegas do interior não neguem esse direito ao cidadão do interior, como Tefé, Parintins, Nhamundá, Barreirinha e outros municípios”, disse Dermilson Chagas.
Valor ínfimo
Dermilson Chagas afirmou que o valor de R$ 150 que o Governo do Amazonas propõe não contempla a real necessidade de quem não tem emprego, que está doente ou desalojado pela cheia. “Então, eu peço para fazermos uma emenda coletiva para melhorar a vida do povo sofrido deste estado, porque R$ 150 reais não dá pra pagar uma conta de energia e nem fazer um rancho para sustentar uma família de quatro pessoas por dez dias”, disse o parlamentar.
O deputado frisou que é injustificável que a gestão Wilson Lima não consiga oferecer um valor mais justo para socorrer a população. “O Governo Federal deu R$ 600 reais e por que o governador que tem dinheiro em caixa não consegue dar esse benefício? Isso eu tenho cobrado constantemente e tenho pedido da base do governo para que faça um projeto para que utilize recursos do FTI”.
Programa eleitoreiro
Dermilson Chagas criticou Wilson Lima por utilizar a máquina do governo para criar um programa eleitoreiro. “Nós temos de pensar no bem-estar da população e devemos pensar em programa que realmente mate a fome da pessoa, mas que não seja eleitoreiro. Agora que o governador fez a pesquisa e descobriu que tem apenas 1% de intenção de voto, ele cria esse programa”.
O parlamentar também sugeriu que o Governo do Amazonas utilize como referência o cadastro de famílias do programa Bolsa-Família. “Nós temos mais de 450 mil pessoas no cadastro do Bolsa-Família, e eu peço que o governador atenda a toda a população carente que está lá, mas que dê um reajuste nesse benefício que ele quer dar, em vez de 150, vamos aumentar. Eu agradeço, mas é pouco, tem de fazer muito mais. Ao invés de colocar aviões para ir para o interior, dê dinheiro para a população, dê recurso ao povo. Tire da Eneva que recebeu isenção de ICMS através de decreto, sem passar por esta Casa. É isso que eu defendo e espero que os órgãos de controle fiscalizem esse comportamento do governador”.
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