A Comissão de Política sobre Drogas, Cidadania, Assuntos Indígenas e Legislação participativa da Assembleia iniciou, na manhã desta segunda-feira (26), e segue durante todo o dia no Belarmino Lins, a exposição de políticas sobre drogas no aspecto prevenção, avanços e desafios, reunindo diversos órgãos públicos relacionados à saúde, segurança e educação.
Em uma programação que contou com palestras sobre conceitos, prevenção e saúde mental, o evento reuniu representantes de instituições como Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Polícia Civil (PC-AM), Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Secretaria Municipal de Educação (Semed), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Conselho Estadual de Assistência Social, entre outros.
A psicoterapeuta Maria Antonieta Dias abriu o evento, falando sobre o conceito, origem do uso de drogas e seus efeitos no corpo humano e a influência do meio no abuso destas substâncias.
“Nós, seres humanos, temos a necessidade de bem estar e prazer e não apenas cumprir obrigações e pagar contas. Quando falamos do uso no meio, como nos grandes centros urbanos, a exemplo da Cracolândia, temos pessoas que, muitas vezes, a única fonte de prazer que elas têm na vida é no uso daquela substância porque a vida em si é um tremendo caos, tanto no aspecto familiar, social, biológico. Então dentro da questão da saúde mental e uso abusivo de álcool e outras drogas, teremos fatores muito complexos e por isso a gente precisa de um pensamento complexo para tratar essa questão de saúde pública que se tornou a dependência química”, explicou.
Rubens Estivalet Junior, coordenador-gestor do Programa de Prevenção Pró-Vida, desenvolvido há 25 anos pela Polícia Civil do Amazonas, falou sobre a atuação no programa na prevenção às drogas.
“Hoje, trabalhamos com palestras visando à redução da violência, pois sabemos que a droga é um fator muito responsável pelo aumento da violência e da criminalidade. Desta forma, trabalhamos de forma integrada com as delegacias da Mulher, Idoso, Crimes Cibernéticos e da Criança e Adolescente (sendo a crianças ou adolescente vítima ou autor de violência). As palestras são direcionadas para crianças desde o Ensino Fundamental I até o Ensino mMédio e já alcançamos em 3 anos 18 municípios, com alcance de 80 mil pessoas, com 280 mil pessoas beneficiadas nestes 25 anos”, destacou.
Falando do trabalho do Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência (Proerd) da Polícia MIlitar, o Major Alisson Henriques, destacou a parceria do programa com as escolas, através da Semed e Seduc, junto com as comunidades com palestras voltadas para ensino fundamental, médio e para os pais e responsáveis.
“A gente trabalha estratégias de resistência, habilidades sociais, principalmente no sentido da auto estima, da autovalorização, enaltecimento da família, com boa receptividade junto aos pais, alunos, gestores, professores. A rede de apoio é fundamental para o sucesso das ações, como o apoio das Secretarias de Educação, Conselhos Tutelares, enfim, uma grande engrenagem que busca afastar nossas crianças dos malefícios das drogas”, apontou, acrescentando que o programa já alcançou 150 mil crianças em 21 anos de existência.
Joanne Oliveira, psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial Adulto (CAPS-AD), destacou a importância do seminário em reunir tantas instituições e ações em uma troca de experiências que trata o abuso do álcool e outras drogas como um problema de saúde pública.
“É importante a sociedade conhecer e ter acesso ao que está sendo feito no combate do abuso do álcool e outras drogas, que é fundamentalmente um problema de saúde pública. Asociedade precisa se articular com setores como a justiça e a assistência social para se ter uma amplitude e uma resolutividade ao tratamento e cuidados de saúde voltados para este público”, afirmou.
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