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O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) disse, nesta quarta-feira (8), que “o problema da tríplice fronteira é a ausência do Estado brasileiro” e cobrou policiamento efetivo, principalmente nas regiões de conflito. A fala veio após o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian, e do indigenista Bruno Pereira, da Funai, desde o último domingo (5), no Vale do Javari.
“O grande problema é a segurança pública no Brasil. Finalmente, não apenas a imprensa do Sul do país, mas diria do mundo inteiro, descobriu que o grande problema da Amazônia é a ausência do Estado brasileiro. Aquela região do Alto Solimões está dominada pelo garimpo ilegal, pelos madeireiros ilegais, pelo tráfico de drogas. E por tudo aquilo que não deveria existir, mas que existe exatamente pela ausência do Estado brasileiro”, lamentou Serafim da tribuna da Assembleia do Amazonas.
O parlamentar ainda disse que a região do Vale do Javari, por ser considerada uma região de difícil acesso e com um contexto suscetível ao crime organizado, deveria ter a presença da Marinha em grande escala na proteção de fronteiras aquáticas, o que não ocorre na prática.
“O Brasil mantém no Rio de Janeiro um enorme contingente da Marinha, mas lá em Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte, a presença da Marinha é muito tímida. Deveria ser o inverso. A Marinha deveria estar lá protegendo as nossas fronteiras aquáticas, ao invés de estar na Praia de Copacabana. Esse é o meu sentir e esse é o meu olhar e, por certo, será o olhar do Brasil e do mundo, agora que o indigenista e jornalista de nacionalidade inglesa, do The Guardian, estão desaparecidos naquela região”, disse.
O líder do PSB na Assembleia do Amazonas também fez críticas à fala do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), considerada “infeliz”, que atribuiu a expedição como “aventura não recomendável” por se tratar de uma “região selvagem”.
“A reação do Presidente da República não poderia ter sido mais infeliz. Ele disse que é uma aventura andar no Rio Javari. Mas como? Ele é o Presidente da República. Ele teria que ser o primeiro a garantir que os cidadãos brasileiros ou estrangeiros no país pudessem andar livremente pelos rios da região amazônica, sem receios de serem interceptados ou talvez até eliminados. Quero manifestar a minha solidariedade a toda a imprensa nacional, internacional e local. E rezar no sentido de que eles sejam encontrados com vida e que tudo não tenha passado de um desencontro”, disse.
O deputado também cobrou que as autoridades das esferas federal possam reforçar a segurança na região.
“De eles terem se perdido, errado o caminho ou algo do tipo, mas confesso de que o prenúncio não é esse. O prenúncio é de que tenha acontecido o pior, o que não desejo e nem quero. Minha solidariedade aos familiares e amigos dos dois e, cobrando, mais uma vez, do Estado brasileiro, quando falo do Estado brasileiro, estou falando do governo do federal, governo estadual, governos municipais, porque a ausência é muito grande”, concluiu.
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