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Ricardo Nicolau pede convocação de Arthur Neto pela CPI da Pandemia para explicar contratos sob suspeita de corrupção

Por Diretoria de Comunicação

28.mai.2021 9:47h
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Foto: Dircom

O deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD) defendeu nesta quinta-feira (27) durante sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), a convocação do ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, pela CPI da Pandemia, no Senado Federal, para dar explicações acerca das ações, gastos e contratos milionários contendo indícios de corrupção realizados pela administração dele no ano de 2020.

Da tribuna, o parlamentar levantou suspeitas dos crimes de sobrepreço e superfaturamento sobre diferentes contratos firmados pela gestão anterior da prefeitura de Manaus a partir do início da crise de Covid-19, quando foram decretados estado de emergência e calamidade pública na capital. Ricardo Nicolau afirmou que o ex-prefeito precisa se explicar às autoridades e à população.

“O ex-prefeito Arthur Neto tem muito a explicar à CPI da Pandemia e ao povo de Manaus. Ele precisa explicar o que foi feito de verdade, não aquelas explicações midiáticas, mas na prática: o que foi realizado e o que foi deixado para a nova administração enfrentar esse grave problema. Ele é um ‘leão’ para defender seu enteado, mas ele vira uma ‘coala’ para defender os interesses de Manaus”, afirmou.

Ricardo Nicolau relatou que, após fazer uma consulta ao site da prefeitura de Manaus, foi surpreendido pelos valores divulgados pela administração de Arthur Neto, que alega ter gastado o montante de R$ 14,5 milhões somente com o extinto Hospital de Campanha Gilberto Novaes. Para o deputado, as quantias e quantidades declaradas devem ser investigadas porque não condizem com a realidade da unidade que operou por 71 dias.

Contratos devem ser investigados

De acordo com dados oficiais, o contrato de lavanderia hospitalar de Arthur Neto pagou R$ 11 pelo quilo da roupa suja, enquanto o preço praticado no mercado chega a pouco mais de R$ 3, conforme observou o deputado. “E o mais grave: nem balança tinha no hospital de campanha, então, certamente, esses quilos também foram colocados a mais”, completou.

Para esterilização de materiais hospitalares, a gestão de Arthur gastou R$ 500 mil, valor dez vezes maior que o necessário para atender à demanda da unidade. Já a limpeza do hospital consumiu R$ 3 milhões dos cofres públicos. “Milhões para a limpeza de um hospital temporário, de um andar só, um hospital grande, mas não tanto para esse valor”, apontou.

Com o medicamento azitromicina, Arthur Neto torrou R$ 850 mil para a compra de 250 mil comprimidos. “Eu afirmo que não entraram mais que cinco mil comprimidos no hospital de campanha”, garantiu Ricardo Nicolau, que atuou como coordenador da unidade pela iniciativa privada. “A prefeitura comprou 250 mil comprimidos, o que era para pagar no máximo R$ 500 na caixa, pagou R$ 1.500.”

O contrato para aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) chegou a R$ 3 milhões. Para Ricardo Nicolau, o valor é inexecutável. “Não existe a mínima possibilidade de se gastar R$ 3 milhões de EPIs naquele hospital que atendeu pouco mais de 750 pessoas. Seria em torno de R$ 4 mil por paciente só com EPIs. Não há a mínima possibilidade”, criticou.

“Eu nunca vi tamanho descaramento e certeza de impunidade. Tudo isso me chamou atenção porque eu estava ali no dia a dia e a prefeitura muito pouco aparecia. O prefeito Arthur, em vez de ter cuidado das pessoas, achou na pandemia uma maneira de se beneficiar. Ele tem muito a esclarecer: a omissão, a negligência, a corrupção e o que ele fez para a segunda onda”, pontuou Ricardo Nicolau.

Responsabilidade pela 2ª onda

Ricardo Nicolau disse que é preciso apurar as responsabilidades pelas falhas na condução da pandemia que tornaram o Amazonas campeão mundial em mortes por Covid-19, incluindo nas investigações o ex-prefeito Arthur Neto, que administrou a capital durante toda a primeira onda e o início da segunda. Para o deputado, o fechamento precoce do hospital de campanha contribuiu para a gravidade da segunda onda.

“Ele mesmo (Arthur) falava que acreditava na segunda onda e mesmo assim mandou fechar o hospital de campanha que estava pronto, preparado, com 180 leitos para atender à população. Eu nunca vi poder público fechar hospital. Se ele achava que haveria a segunda onda, por que fechar o hospital?”, questionou o parlamentar, lembrando que solicitou diversas vezes do ex-prefeito a manutenção da unidade.

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