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O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) fez um alerta na manhã desta terça-feira ( 31) para a instabilidade institucional que o Brasil atravessa e para possibilidade de um bloqueio econômico mundial futuro, similar ao da Venezuela, caso a tentativa de atropelo da democracia seja instaurada. Serafim atribuiu o problema às intervenções do Ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem atacado entidades que se manifestaram contra esse tipo de golpe.
“O Brasil está vivendo uma instabilidade institucional. E está vivendo muito mais pelas trapalhadas do governo e, em especial do Ministro Paulo Guedes, do que pela própria circunstância e pela própria conjuntura. Caminhando do jeito que estamos, se houver o confronto, se houver o golpe, espero que não aconteça, porque as instituições têm dado respostas, é claro que quem vai perder é o povo brasileiro”, disse o parlamentar na tribuna da Assembleia do Amazonas.
O líder do PSB na Casa Legislativa disse ainda que se o país vier a sofrer um bloqueio econômico, como na Venezuela, os mais afetados serão os empresários ligados ao agronegócio internacional.
“Quem não tem nada para perder, não perde nada. Agora, quem tem muito para perder, pode perder tudo. A Venezuela está sofrendo um bloqueio de todo o mundo, ninguém quer negócio com a Venezuela. O radicalismo no Brasil, golpe de estado, também levará o Brasil a um bloqueio também. Os primeiros a sofrer serão aqueles que têm negócios no comércio internacional, principalmente o agronegócio”, alertou.
Serafim também afirmou que a acentuação dessa instabilidade é prevista por instituições e entidades, principalmente pelos banqueiros da Federação Nacional dos Bancos (Fenabran), que têm dados mais específicos.
“Eles têm pesquisas melhores do que nós e reagiram com uma nota água com açúcar pedindo entendimento. Algo que não agride e nem afeta ninguém, mas o governo, pela ação do ministro Paulo Guedes, que ameaçou que Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil sairiam da Fenabran”, disse.
O deputado também mencionou a tentativa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em interferir na divulgação de uma nota das entidades se posicionando sobre os atropelos que a democracia vem sofrendo por parte do presidente Jair Bolsonaro, mas que acabou sendo publicada com o apoio de mais de 200 instituições.
“Vai subir mais um pouco a energia elétrica, a gasolina, o gás de cozinha… O brasileiro, o cidadão comum não aguenta mais inflação, pagar juros altos. Portanto, venho dizer que não é por esse caminho que o Governo Federal vai conseguir sair da arapuca em que se meteu. Só vamos sair da crise com entendimento, diálogo e respeito às instituições. Fora isso, vamos piorar cada vez mais. Manifesto a minha preocupação com essa postura do Governo Federal e que conta com apoio de segmentos da sociedade, mas é preciso ver que por esse caminho vamos para desastre muito grande”, concluiu.
Veja, na íntegra, a nota emitida pela Fenabran e mais 200 entidades vedadas por Bolsonaro:
“ A Praça é dos Três Poderes
A Praça dos Três Poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República. Esse espaço foi construído formando um triangulo equilátero, cujos vértices são os edifícios- sede de cada um dos poderes.
Esta disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles.
Este princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição impõe.
As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.
Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira.”
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